sexta-feira, 9 de maio de 2008

O Autor da Obra Original: Thomas Mann

“Nenhum rumor de sucesso conseguiu ofuscar a compreensão nítida da relatividade dos meus méritos. Deixemos à posteridade a última palavra sobre o valor e a importância da minha obra.” Com essas palavras, escritas num diário que, por exigência sua, deveria ser aberto vinte anos após a sua morte, Thomas Mann duvidava de suas qualidades como escritor. Atualmente ele é considerado um dos maiores escritores contemporâneos e o renovador da literatura alemã, influenciado por Goethe, Heine e Nietzsche e fiel à tradição romântica do classicismo alemão.

Paul Thomas Mann nasceu em Lübeck, Alemanha, em 6 de junho de 1875, filho de Thomas Johann Heinrich Mann, de família tradicional da cidade, e da brasileira Júlia da Silva Bruhns Mann, descendente de portugueses e alemães. Do pai, o escritor herdou uma loja de cereais, mas, não sentindo vocação para o comércio, foi trabalhar na Universidade de Munique, onde estudou economia, política, história da arte e literatura.

Sua primeira obra, A queda, foi publicada numa revista em 1897, e o primeiro livro de contos, O pequeno Sr. Friedemann, saiu em 1901. Nesse mesmo ano, lançou Os Buddenbrook, romance que o consagrou definitivamente e lhe deu o prêmio Nobel de Literatura. Considerada uma de suas obras-primas, o livro mostra, através de quatro gerações de uma família alemã, uma síntese da decadência da burguesia do século XIX. Os conflitos entre o artista, que cultivava a vida e a beleza, e a burguesia, para quem a arte era mera ociosidade, tema de Os Buddenbrook, foram retomados em outras obras importantes do autor, como Morte em Veneza (1912), Tristão (1902), Tonio Kroeger (1903), A montanha mágica (1942) e As confissões de Felix Krull — Cavalheiro de indústria (1953).

Em seu primeiro artigo político, Mann justificava a posição da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, mas, em 1918, ele se declarava contra a violência nas Considerações de um apolítico, embora sem afastar a necessidade de participação do artista.

Mario e o mágico, escrito em 1930, é um alerta e um violento ataque ao nazismo em ascensão. Quando Hitler assumiu o poder (1933), Thomas Mann passou a ser perseguido pela intensa atividade antinazista que desenvolvia. Seus livros foram proibidos e sua cidadania alemã foi cassada, o que o obrigou a exilar-se na Suíça, onde terminou sua tetralogia sobre a personagem bíblica José, José e seus irmãos (As histórias de Jacó, O jovem José, José no Egito e José, o Provedor).

Em 1938 mudou-se para os Estado Unidos, onde deu aulas nas universidades da Califórnia e de Princeton. Publicou diversas obras nesse país, destacando-se: O Dr. Fausto (1947), inspirado em Goethe, O eleito (1951) e O cisne negro (1953). Em 1953 voltou a residir na Suíça, onde concluiu seu último romance, Felix Krull, e, um ano antes de morrer, fez dois ensaios literários. Um sobre o escritor russo Tchekhov e o outro sobre Schiller, a respeito do qual fez conferências em toda a Alemanha já aos oitenta anos de idade.

Thomas Mann morreu no dia 12 de agosto de 1955, de colapso, durante o sono.

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